Menos de uma semana depois de ter sido oficialmente instituída, a Ouvidoria da Mulher abriu as portas na tarde de quarta-feira, 15, em ato que marcou o começo das atividades desse novo canal de comunicação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) com as mulheres catarinenses.

A cerimônia teve a presença do Ouvidor do MPSC, Procurador de Justiça Paulo Cesar Ramos de Oliveira. Na ocasião, ele falou sobre a importância desta ferramenta. "Hoje estamos construindo uma aproximação com o universo feminino, tentando fazer com que o MP se insira cada vez mais nesse universo que é carente de ações do poder público. É em função de uma história de lutas das mulheres que nós temos que trazer isso para o MP, para que essa história não seja apenas conceito, mas uma bandeira de luta, da defesa desse universo, dos valores da mulher. Quando esses valores são ofendidos, nós temos que estar muito bem aparelhados para enfrentar o problema. Nesse sentido, uma das nossas preocupações é para tenhamos as ferramentas mais adequadas e apropriadas, dentre elas os cursos de formação das equipes de atendimento. Precisamos usar um diálogo específico, as palavras apropriadas, para que elas se sintam confortáveis para a resolução dos seus problemas", comentou o Procurador de Justiça.

Representante da Procuradoria-Geral de Justiça, a Subprocuradora-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, Gladys Afonso, reiterou o impacto que essa Ouvidoria especializada terá no atendimento às mulheres. "Discutir paridade de gênero no Brasil é algo ainda muito complexo. E o que a Ouvidoria das Mulheres tem a ver com isso? Muita coisa. Por que às vezes pensamos que certas ações são pequenas. Não são ações pequenas, são ações grandiosas, que abrem a discussão de um tema que precisa cada vez mais ser enfrentado e discutido. Então, enquanto tivermos mais iniciativas nesse sentido, nós vamos continuar discutindo o tema da forma como ele precisa ser discutido", destacou.

Também esteve no ato a Procuradora de Justiça Cristiane Rosália Maestri Böell, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar e contra a Mulher em razão de gênero (NEAVID), refletiu sobre a disparidade entre a redução de certos crimes violentos e o aumento da violência doméstica em Santa Catarina. "Precisamos quebrar o ciclo da violência, pois é ele que leva a escalada da violência contra a mulher e que chega muitas vezes ao feminicídio. Essa é uma oportunidade para a mulher que quer falar de outra forma, que necessita de outro tipo de atendimento, que tem outra dúvida. É mais uma janela para que ela possa vislumbrar um raio de esperança para os problemas que ela vive. Verificando esses dias, a Corregedoria Nacional nos trouxe uns dados e a gente conseguiu, em Santa Catarina, baixar mais da metade o índice de latrocínios nos últimos anos, mas o índice de violência contra a mulher e os feminicídios aumentaram disparadamente", analisa.

A Ouvidoria das Mulheres fica no Edifício Campos Salles, rua Pedro Ivo, n. 231, Térreo - Centro, em Florianópolis. Os horários de atendimento são de segunda a sexta-feira, das 13 às 18 horas.






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