Após nove meses de investigação, o Ministério Público do Estado de Roraima e a Polícia Federal deflagraram na manhã hoje, 19/09, a Operação “Weak Link”, com o objetivo de desestruturar ramificações de organizações criminosas que estão atuando dentro e fora dos presídios de Roraima.

 Durante a operação de hoje, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 6 mandados de busca e apreensão. As diligências ainda estão em curso.

 Entre as pessoas presas está um funcionário da Caixa Econômica Federal, que repassava informações de clientes para que assaltantes praticassem crimes, a exemplo da “saidinha de banco” e um advogado que se valia de sua prerrogativa para introduzir chips de celulares no Sistema Prisional do Estado, bem como efetuar recargas para os presos.

 Inicialmente, 95 pessoas são alvo da operação. Deste total, 75 encontram-se no sistema carcerário e podem ter seu regime de cumprimento de pena agravado em razão do envolvimento com a organização criminosa, originária do estado de São Paulo, que opera em Roraima por meio de um líder, preso hoje no estado do Paraná.

 Investigação

Além do GAECO e da Polícia Federal, as investigações também contaram com o apoio das secretarias de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc) e de Segurança Pública de Roraima (SESP). Cerca de 400 policiais, entre federais, civis e militares, estão atuando para o cumprimento de 23 mandados em Boa Vista-RR e no estado do Paraná.

 O combate à organização criminosa foi possível graças à atuação dos promotores de justiça do GAECO que, juntamente com a Polícia Federal e diversas instituições, passaram a acompanhar a ação dos membros e mapearam a estrutura da facção, resultando na operação realizada nesta sexta-feira.

 “Paralelo ao tráfico, a facção criminosa vem comandando crimes em todo o estado de Roraima, a exemplo de homicídios, assaltos a casas lotéricas, roubos a caixas eletrônicos e inúmeros outros delitos praticados de dentro do próprio sistema prisional, onde alguns dos acusados já cumprem pena por outros crimes”, destaca Carlos Paixão, promotor de justiça e coordenador do GAECO, durante entrevista coletiva hoje pela manhã.

O promotor de justiça integrante do GAECO, Marco Antônio Bordin Azeredo, ressaltou que “além das escutas telefônicas autorizadas, subsidiaram a operação as oitivas de inúmeras testemunhas e documentos apreendidos no sistema prisional. A regra dessa facção é o crime de tráfico de drogas. A maioria dos integrantes ´batizados´no estado são traficantes condenados e de alta periculosidade”.

 Os promotores de justiça destacam ainda que o fato de estarem “batizados” como membros da organização criminosa caracteriza crime previsto no artigo 2o da lei 12.850/2013, que prevê penas máximas de até 12 anos de reclusão, além de outras penas por crimes autônomos que cada indivíduo tenha praticado.

 “Importante ressaltar que boa parte dos integrantes da organização tinha que pagar uma mensalidade conhecida como “ cebola”, visando fomentar o aumento da facção e a aquisição de armamento para a prática dos seus crimes. Os que não efetuavam pagamento eram punidos, inclusive, com a própria vida. Daí a importância da operação”, revela o promotor de justiça integrante do GAECO, Hevandro Cerutti.

 Weak Link

O termo em inglês Weak Link quer dizer elo fraco. A operação foi batizada com esse nome porque representa a quebra da corrente do crime com o objetivo de evitar que outros criminosos entrem para a organização e sirvam de sustentação de sua estrutura, uma vez que, os acusados não detêm poder de mando na organização e exercem o papel apenas de financiar as ações criminosas da facção em outras regiões. Por isso foi feita a menção ao “elo franco” da corrente criminosa.

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