O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da Comarca de Salinópolis acolheu na madrugada do dia 15 a tese do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e condenou o réu Sebastião Pereira da Costa, conhecido como “o homem do poço”, a 30 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e de ocultação de cadáver perpetrado contra a vítima Jozilene dos Santos Costa. O júri iniciou na segunda-feira (14) e o MPPA foi representado pelo promotor de Justiça Laércio Guilhermino de Abreu. Atuou, também, o defensor Público Adonai Oliveira Farias e a sessão foi presidida pelo juiz Gabriel Costa Ribeiro.

O réu ainda responde a mais dois processos pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver de outras duas mulheres, cujas ossadas também foram encontradas no mesmo poço onde estava os restos mortais da vítima Jozilene.

“O fato causou grande comoção e repercussão na sociedade local, chegando a população a incendiar a casa do sítio do acusado, tanto assim que o Plenário do tribunal do Júri ficou lotado, notadamente de pessoas moradoras da vila de santo Antônio do Urindeua, zona rural de Salinópolis, onde a vítima morava, permanecendo no Fórum até o encerramento da sessão, onde ao fim comemoraram o resultado dizendo ter sido feita Justiça”, destacou o promotor de Justiça Laércio Guilhermino.

Entenda o caso

A vítima Jozilene dos Santos Costa havia desaparecido em fevereiro de 2015 e, segundo os autos, teria sido vista pela última vez com o acusado Sebastião Pereira da Costa, que, embora admitindo que havia dado uma "carona" à vítima na sua motocicleta, alegou que havia deixado próximo ao trevo da entrada da cidade e negou saber da sua localização. Os restos mortais da vítima, já em avançado estado de decomposição, foi descoberto no dia 25 de fevereiro do mesmo ano, por um apanhador de açaí, que foi despertado pelo forte odor e moscas em um determinado local da área de propriedade do réu. Segundo ele, havia um poço que estava encoberto por mato e dentro dele estava o corpo da vítima Jozilene, despida e em decomposição.

O corpo foi reconhecido pela família da vítima, notadamente por meio de uma tatuagem que a mesma possuía em uma das pernas. Além disso, várias peças de roupas femininas foram encontradas no entorno do terreno do réu.

“As investigações concluíram que o réu deu carona para a vítima, da vila de santo Antônio do Urindeua, zona rural, sentido zona urbana de salinópolis, quando a vítima vinha a caminho do trabalho, desviando o caminho para o terreno de sua propriedade, no ramal do 60”, disse o promotor Laércio.

Na sentença, foram destacados os depoimentos colhidos em plenário, afirmando que Sebastião tinha personalidade violenta praticando constantemente atos agressivos com mulheres e crianças.

Foi fixado 27 anos de reclusão pelo crime de homicídio qualificado e 3 anos de reclusão pelo crime de ocultação de cadáver, que, somados, chegam a pena de 30 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de 360 dias-multa.

Foi negado ao condenado, que respondia o processo preso, o direito de recorrer da sentença em liberdade.



Texto e fotos: Promotoria de Justiça de Salinópolis
Edição: Assessoria de Imprensa

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